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Bom dia. A minha história é que eu saí, rapaz, de São Paulo tem muito tempo, né? Dei uma volta pelo planeta. Uma patinha do planeta, assim. Eu conheci o Nordeste, o Sertão, o Baião, o Sertão, a Lagoanda ali. Mas fui parar em Manaus, casei, descasei, passei por Porto Velho, teci, Cuiabá. Mas tem coisas que marcam a vida da gente. Uma delas foi lá em Belém, em Pará, uma época em que a polícia estava perseguindo as pessoas que andavam por aí, pensavam livremente, e aí fui expulso da cidade. De repente, estava em uma situação meio agoniada e com um certo receio de voltar para a cadeia, porque dormi uma noite num cilindró e não queria dormir mais, não. Mas ninguém queria me arrumar dinheiro de um ônibus. Um ônibus custava um cruzeiro naquela época. precisavam de um cruzeiro. E eu pedi para uma pessoa, para duas, para três, e nada de acontecer. Aí pedi uma meia hora, passei pedindo, pedi, nada. Não aconteceu. Comecei a chorar de tristeza, perto de uma igreja, em uma escadinha, sentei ali e comecei a chorar. Estava chorando, chorando, de cabeça baixa. E olhei, sem levantar a cabeça, tinha uma nota, de dois cruzeiros, bem em cima. Eu estava dela sem saber. Com aqueles dois cruzeiros, eu paguei o ônibus e tomei o café. É uma história que aconteceu lá em Belém do Pará. Mas, graças a Deus, estou aqui agora na casa que meu pai construiu em São Paulo. Estou inteiro. Estou precisando de dinheiro, mas tem quatro reais no banco. Beleza! Está bom demais, não é? Essa é a minha história. Espero que... Sempre de exemplo. Tendo fé, tem sempre um Deus que olha pela gente. E foi Ele que olhou por mim nesse período todo que tive pelo mundo. E é a Ele que eu recuo. Sempre encontro pessoas que me dão força pela fé em Deus.

eduardo guido pereira