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O meu nome é Lohanne do Santos Valeriano valeriano de Pai, de Santo de mãe decidi começar essa carta e esse vdeo pela minha origem da mistura da preta com o branco, da miscigenação de raças tão caracteristica desse pas sua mulher preta, periférica, bailarina e professora, a primeira da famlia que entrou 1 universidade pública e que ainda irá desbravar esse mundão a fora. Tenho aprendido a olhar para mim, para o meu nome, para as minhas razes e me orgulhar de tudo, da minha trajetória e da minha pessoa e da pessoa que tenha me transformado até aqui. Às vezes é dificil nos olhar com orgulho. Principalmente quando se aprende que o nosso corpo é feio devido a sua cor que não é bem vindo, que sou feia, que meu cabelo é duro e a minha cor digna descarne. Levei 23 anos para entender o motivo dos meus choros. Aparentemente sem explicação na infância, quando existia apenas a vontade de não existir. Com o passar dos anos fui criando 1 casca para me proteger. Minha personalidade se escondendo para caber nos lugares até a pandemia onde tudo mudou. Teve em minha vida estudei história e descobri que sou muito mais do que dizem que eu sou. Ao conhecimento é 1 caminho sem volta. É mergulhar dentro de nós. Reconhecer nossas dores, amores e prazeres. Hoje me olho no espelho, olhe por meu rosto, lábios, cabelo percebo. A minha beleza não é exótica, é brasileira. E que a gente possa se orgulhar da nossa trajetória e de quem somos. Essa foi a carta que foi distribuída durante o festival na apresentação do grupo de sapateado Centro de Dança Luana Campos. E foi com essa carta e outras 10 que a gente conseguiu também emocionar o público e passar a nossa mensagem e que está bem relacionada com a coreografia que foi sobre a carta de dora do filme Central do Brasil. Então é isso pessoal. Muito obrigada por esse espaço e até mais.

Lorrany dos Santos Valeriano