Olá, eu sou Maria Cristina e vim aqui contar minha história de vida. Eu sou aposentada atualmente, mas eu tinha muita, muita vontade de definir logo que eu era criança o que eu vou ser quando crescer e tinha muitas dúvidas, porque eu queria ser um profissional, eu queria ter uma renda boa, como fazer assim vindo de uma família carente, né? Aí pensei, já sei, vou ser porque médico fica em contato com seres humanos, se dedica, consegue fazer coisas por pessoas e era essa a minha vontade. Quando eu fui crescendo e vendo como eram as coisas, como era difícil a profissão de médico, porque era muito caro, muito difícil para passar em vestibular, triste, aí eu pensei, como trabalhar com seres humanos, se dedicando próximo, fazendo o melhor para o próximo, que não fosse medicina. Aí eu pensei na enfermagem e foi essa a minha história, como crescer podendo ajudar outro ser humano. E a enfermagem me proporcionou essa conquista, porque eu estava em contato com pessoas, fiz o vestibular, tentei o USP e não deu certo, consegui passar na Universidade de Mogi das Cruzes, comecei, trabalhava, estudava, estagiava, era muito, muito diferente do que eu imaginei, porque eu nunca frequentei um ambiente hospitalar, então era tudo novidade, tudo surpresa. A primeira vez que eu entrei para fazer um estágio, eu falei um bom dia e ninguém me respondeu, eu falei, meu Deus, eu não consigo me comunicar, como é que eu vou ser enfermeira? Mas eu tinha falado um bom dia tão baixinho que ninguém ouviu. Aí eu fui me policiando, fui me adaptando, chegava com bastante vigor, cumprimentava as pessoas e foi muito bom o desenrolar dessa profissão, me trouxe tanto orgulho, me trouxe tanta sabedoria, foi até bom eu não ter contato, porque aí não tinha nenhuma impressão, não tinha nada, então tudo foi novo. o contato com pessoas, a dedicação, eu consegui me tornar enfermeira na Prefeitura Municipal de São Paulo, trabalhei desde 1980 até 2010, chegando na aposentadoria. Com muito orgulho, com muita satisfação, me dediquei ao máximo, histórias maravilhosas ocorreram na minha vida durante esses anos de trabalho, amizades, Era intenso. Aquele avental branco, para mim, era... parecia que eu estava me empoderando. Parecia não, eu estava me empoderando, porque eu dava o meu máximo, fazia o meu melhor, dormia com a minha consciência em paz e muito grata. Falava para Deus, fazia sempre que eu cuide, do que eu seja cuidada. Então, eu cuidei. Cuidei muito, porque eu acho que enfermagem é cuidado. com dedicação, com muito amor. E essa profissão me arrepia até hoje, porque apesar de ter me formado em 1980 e ter começado a trabalhar, em 1979 eu me formei em 1980 e comecei a trabalhar. Isso me remete a momentos que estão tão definidos na minha mente que parece que eu estou atuando de tanto intenso que foi essa jornada. Eu tive êxitos, é lógico que a gente durante o processo de vida, a gente tem perdas, a gente tem familiares, tem tanta coisa envolvida, mas eu não consigo pensar em outra coisa que a Maria Cristina pudesse ter sido que não fosse enfermeira, com muito orgulho. Eu conto assim a minha história de vida hoje, que eu já tenho neta, as minhas filhas, eu sempre falava, entra na enfermagem. Não mãe, a gente não gosta de sangue, não é que gostasse de sangue, mas era uma área que a gente podia fazer muita coisa pelo próximo e eu fiz com muito orgulho e gostaria muito, muito de inspirar pessoas que sempre seguissem o seu instinto, porque a enfermagem surgiu na minha vida assim como cuidar de outro e aí me formei Aposentei e tenho essa história para compartilhar com vocês.

Maria Cristina Palmieri de Oliveira