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A minha história com a dança começa quando eu era criança, ali na época dos anos 90, do boom do El Tian, onde eu dançava junto com minhas primas, vizinhas e vizinhas, só que eu era praticamente o único homem que dançava. E aí, durante as danças que a gente fazia, imitando ali Axelio, Jacaré, eu percebi alguns risos das pessoas, né? Se fosse de tio, tia, primo, vizinhos. E aí, depois, eu fui deixando de dançar por conta desses risos. Eu não entendia naquele momento o que eram aqueles risos, né? Mas eles, de certa forma, me constrangiam. E aí, eu fui deixando... de dançar. Hoje eu entendo que era um riso preconceituoso, ou talvez invejoso, mas foi um riso que me afastou da dança. E aí eu só vim voltar a dançar como um adulto, com 25 anos, já na Faculdade de Educação Física, onde tinha um grupo de dança popular, e eu fui no ensaio, Isso apenas no terceiro ensaio, que eu fui assistir, foi que o professor me disse que eu vinha dançar aqui, quem não sabe dançar, quem quer se mexer, não importa, o que importa é você vir e se divertir. Depois de três ensaios só olhando, porque ainda tinha a vergonha, Eu voltei a dançar. Passei a dançar e fiquei dançando por uns 2, 3 anos com dança popular, num grupo chamado Oreanacan, da Universidade Federal do Ceará, um grupo que existe até hoje. Depois eu saí do grupo porque passei a atuar como professor de educação física e passei a trabalhar dança também com os meus alunos e alunas dentro da escola pública na Prefeitura Municipal de Fortaleza. E assim, hoje a dança faz parte da minha vida, como eu e a minha sobrinha.

FABRICIO LEOMAR LIMA BEZERRA